terça-feira, 6 de outubro de 2009

Nas margens de mim sentei e escrevi...

Sento-me aqui neste quarto vazio e relembro.
São recortes da vida e do sonho que entram pela janela e se depositam no chão sem que eu consiga fazer distinção entre eles.
Vejo imagens quebradas que nenhuma reacção me provocam, pequenos nadas tão inúteis agora.
Nadas que "se subitamente encontra-se, hoje, nenhum gesto de pasmo me sairia da alma para o corpo", mas tu…
Esse rosto imprevisto que por mais que negue e embora não entenda a razão de tudo isto, molda em mim uma ausência aflita que sempre tento acreditar estar adormecida, ou mesmo morta, mas que sempre me desperta para uma colisão de perguntas para as quais talvez nunca encontre resposta, se calhar porque a resposta está em nos questionarmos. Não sei.
Até quando? Parece eterno…possivelmente porque só é eterno o que nunca é vivido…e agora?
Neste pavor do vazio são tudo escolhas, mas e a insegurança de optar? No livro do silêncio as palavras são apenas medos por revelar. E o que fazer com toda esta encruzilhada? Algum dia saberemos realmente quem somos? Ou seremos para sempre aquilo em que nos quisemos tornar ignorando o reflexo embaciado no espelho?
Todos os espelhos estão solenemente vazios agora.
Parecerei ridícula? Talvez…
Nunca tive jeito para me expressar…
"Se tu soubesses como tudo me fez perder o sentido da distância e a verdadeira medida das coisas!" Mas os meus sonhos são um refúgio estúpido.
Um dia disse-te que o nosso tamanho depende sempre dos olhos de quem nos vê…não ligas-te, mas hoje considero isso a maior de todas as verdades, porque tornei universais os teus pequenos grandes gestos…
Nunca entenderei porque razão incansável corro, de que medo fujo…
E hoje tenho pela frente uma luta inigualável como jamais tive ou imaginei ter, mas com a certeza de que um dia, algures no tempo, um momento…Fui insubstituível.
Escrevi por não acreditar que seremos os mesmos amanhã…
E é isto! Hoje esta é a minha realidade…

2 comentários:

  1. Os nossos sonhos não são refugios estúpidos, são regaços de alguém que não existe, são braços abertos que não nos questionam, nem nos criticam. Nos nossos sonhos podemos tudo, nunca falta a coragem.
    è neles que nos refugiamosquando o medo aperta, e é deles que não nos devemos afastar, mesmo que a realidade da vida nos obrigue.

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  2. lindooooooooo
    muito lindooooooo
    lidooooooo d++++++

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