quarta-feira, 31 de março de 2010

Arte (?)

Num mundo exterior...
No auge da libertação da mente...
No patamar da arte dos sentimentos inefáveis...
A arte, a arte que é apenas de quem a consegue transmitir...
Num vislumbre de ti, de mundos que não são meus, mas nos quais me envolvo para me sentir...
Completamente inteira e saciada no som do mais pequeno toque das partículas em movimento no pesar dos meus olhos.
Na conjugação das palavras que não existem porque tu lhe roubaste a perfeição e a ofereceste à minha criação de ti...
Arte, arte essa que se desalojou de mim porque eu nunca tive um tecto decente para a abrigar. Tive, então, de a deixar refugiar-se na minha mente adormecida que o meu corpo acorrenta...
E ela existe num mundo paralelo, fora de qualquer barreira corporal.
E todos os dias me sinto à margem de tudo o que à minha volta se apressa numa tentativa desenfreada de acompanhar o frenesim dos tempos...
Tempos de um chamado tempo que nos rege e que eu vou sequestrar só para ti...
E sinto-me tão maior, tão mais que mim embrulhada numa sociedade que não pertence ao mundo pois é possível, e só é possível pois é minha!
E sim, eu sorrio porque podes chamar-me pequena que eu não quero saber...
É essa a vantagem de nunca nos revelarmos à luz do dia, fica sempre mais por descobrir para quem tiver a audácia de chegar perto e ver de cima. Torna-se possível surpreender...
Ver o que a camuflagem esconde sem despir a nudez...
É esse o grande teste da complexidade das relações Humanas...

domingo, 14 de março de 2010

Varanda de casaco vermelho

A noite já caiu sobre a avenida, agora bem mais serena, e sobre nós! Aqui sob as luzes que a iluminam ao som de Beatles...
Aqui embrulhada no meu casaco vermelho que em sintonia com as luzes de travagem dos carros e os semáforos que lhes gritam para parar se acende!
Nesta varanda!
Varanda da minha vista para a cidade...
Como contemplo a vida aqui da minha varanda...como me sinto agradecida!
Como tudo faz mais sentido...
Como aqui sinto tanta certeza de um dia existirmos...
E embora ás vezes olhe para a varanda que se eleva no prédio em frente, rapidamente me apercebo que não tem valor algum, simplesmente porque não é a varanda de onde eu, com o meu casaco vermelho, olho a cidade com um sorriso que mesmo que ainda não possas ver...já te pertence!

quinta-feira, 11 de março de 2010

The Cranberries




Quem poderia dizer que o meu dia iria acabar daquela forma?
Depois de uma tarde de conversa na varanda a tentar absorver as réstias de sol que o dia podia oferecer eis uma proposta vinda do nada..." Vamos para o Campo Pequeno tentar arranjar bilhetes para os Cranberries!"...
Azar o meu que ainda tinha de ir a Portas de Benfica fazer trabalho de campo num ginásio de Boxe a propósito de um livro de Wacquant para uma apresentação de Textos Etnográficos. Bom a verdade é que o tempo parecia cercar-me na tentativa de me estrangular, mas não quis saber, ainda assim acreditei que conseguiria...Mais tarde ao sairmos do ginásio não havia autocarro que nos aparecesse à frente nem rua que deixasse debruçar sobre os parapeitos da janela qualquer coisa de familiar, então andámos e andámos...até arranjar solução! Enfim, às 21h30 estávamos no Campo Pequeno, o concerto prestes a começar e nós sem bilhetes! Foi então que me deparei com um rapaz que se fazia acompanhar de um papel onde se podia ler "Vendo 1 bilhete", mas precisávamos de dois!Procuramos e nada, então, dirigi-mo-nos às bilheteiras para tentar comprar bilhetes para os camarotes visto ser aparentemente impossível de arranjar para a plateia, mas ironia do que quer que seja apenas havia um bilhete restante! Bom já quase sem esperança e exactamente nesse momento uma senhora disse "tenho um bilhete para a plateia", ao lembrar-me do rapaz que vira no inicio pedi-lhe que esperasse ali, e assim foi, procurei o rapaz e convenci-o a vender-me o bilhete por 20euros...
Resultado: 2bilhetes para a plateia por 20euros e um concerto excepcional repleto de clássicos onde a ZOMBIE desempenhou o papel principal adquirindo o titulo de momento da noite...

Isto para relembrar que as melhores coisas da vida são de facto as que surgem do nada....

terça-feira, 9 de março de 2010

ESTOU AQUI

Quero escrever, quero escrever qualquer coisa...e definitivamente quero escrever sobre ti! Mas não consigo passar simplesmente para o papel toda a enormidade do que sinto...não esta noite! Parece tudo tão imperfeito...culpa minha que, na minha ingenuidade ou ilusão, ainda acredito existir perfeição, assim à minha maneira! A razão não o explica e por isso eu acredito, eu tenho fé...ou não seja a fé a crença naquilo que a razão não poderá nunca explicar...
Acredito em ti...
Acredito em nós...um dia...o dia!
Um dia, mas hoje não! Um dia eu saberei traduzir em palavras o porquê de ver tanto por detrás da tua forma espontânea de rir ou da tua maneira de observar de boca ligeiramente aberta...hoje apenas sei que existe!
Porque hoje eu não sei chegar a ti! Presumo, então, que o melhor que posso fazer é nada fazer...e eu sei! Eu sei que tu sabes o que eu sinto...e a menos que queiras ignorar... EU ESTOU AQUI!

quarta-feira, 3 de março de 2010

(...) Let go, Let flow... II

Hoje a chuva revelou ao dia todas as lágrimas que o vento arrancou, que o vento levou...
Curiosamente veio límpida a lavar-me o rosto abrindo caminho para esse sorriso livre de mágoas e disposto a se entregar de novo, mais verdadeiro que nunca...

(...)

Crescemos querendo Ser e confrontando-nos Hoje pensamos nunca ter atingido esse Ser, sentimos falta de Casa, das pessoas, que como as lágrimas, o vento levou...Deixa ir...Deixar ir?!...É difícil demais, mas uma dor completamente necessária para estarmos onde estamos Hoje!
Depois deparamo-nos com pessoas que nos mostram que afinal já somos tudo o que queremos ser...Deixa fluir...

terça-feira, 2 de março de 2010

(...) Let go, Let flow...

Hoje o vento arrancou-me uma lágrima, não sei bem para que a queria nem para onde a levou mas saiu lenta a pesar-me sobre a face com toda a sua leveza espontânea que me gelou, como se o vento não tivesse a certeza de para onde a levar, mas ainda assim levou...
E traiçoeiramente apenas me deixou a película cravada aquando da sua passagem um tanto corrosiva, e ainda assim tive de seguir com o meu dia, lutar por ele e torna-lo meu, para que amanhã o vento não se sinta no direito de me levar mais uma lágrima mas sim de me trazer um sorriso...

(...)

A lágrima que foi só foi porque se deixou levar, porque não lutou para ficar, e então não fazia sentido...
E porque mesmo que não entendas Hoje, se o vento levou é porque não era suposto ficar...
Deixa ir. Deixa fluir...E amanhã terás uma razão para sorrir...