domingo, 30 de maio de 2010

Tiros no escuro II

Impulsos são tiros no escuro de quem já não consegue conter o que antes de poder ser explicado ou vivido já vence em forma de uma inquietude a transbordar.
Impulsos são surtos de algo acima do possível de controlar, como uma natureza interior a revelar.
Impulsos são a sinceridade em expressão falhada, espelhada num reflexo que não revela da melhor forma o que de mais único e espontâneo carregamos a sós...
Impulsos numa tentativa de libertar pesos que dos contornos inimagináveis que adquirem se tornam impossíveis de acartar, num desespero de quem já não encontra como se expressar.
Impulsos quando o impasse nos envolve na sua paranóia e nos impede de seguir em frente.
Impulsos quando o silêncio se torna insuportável, quando pouco já se sente ter a perder, ainda que assim não seja por completo.
Impulsos que ou nos trazem o tudo ou o nada...
Impulsos de um amor há muito platónico.
Porque tu és inteiro e eu sou desfeita!

(...)

E que olhares são esses afinal?!
São a expressão dos impulsos contidos na transparência do que para mim és...

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