quarta-feira, 31 de março de 2010

Arte (?)

Num mundo exterior...
No auge da libertação da mente...
No patamar da arte dos sentimentos inefáveis...
A arte, a arte que é apenas de quem a consegue transmitir...
Num vislumbre de ti, de mundos que não são meus, mas nos quais me envolvo para me sentir...
Completamente inteira e saciada no som do mais pequeno toque das partículas em movimento no pesar dos meus olhos.
Na conjugação das palavras que não existem porque tu lhe roubaste a perfeição e a ofereceste à minha criação de ti...
Arte, arte essa que se desalojou de mim porque eu nunca tive um tecto decente para a abrigar. Tive, então, de a deixar refugiar-se na minha mente adormecida que o meu corpo acorrenta...
E ela existe num mundo paralelo, fora de qualquer barreira corporal.
E todos os dias me sinto à margem de tudo o que à minha volta se apressa numa tentativa desenfreada de acompanhar o frenesim dos tempos...
Tempos de um chamado tempo que nos rege e que eu vou sequestrar só para ti...
E sinto-me tão maior, tão mais que mim embrulhada numa sociedade que não pertence ao mundo pois é possível, e só é possível pois é minha!
E sim, eu sorrio porque podes chamar-me pequena que eu não quero saber...
É essa a vantagem de nunca nos revelarmos à luz do dia, fica sempre mais por descobrir para quem tiver a audácia de chegar perto e ver de cima. Torna-se possível surpreender...
Ver o que a camuflagem esconde sem despir a nudez...
É esse o grande teste da complexidade das relações Humanas...

1 comentário:

  1. A vantagem não é a de não nos revelarmos, mas sim a de revelarmos apenas e só o que queremos, com plena consciência desse acto! E nunca nos deixarmos levar pela nudez de nós mesmos. Muito menos pela nudez que nos transparece dos outros, porque a arte deles pode ser melhor do que a nossa ;)

    ResponderEliminar